Insuficiente vontade
Camuflagem
Camuflagem
Pareço bela, mas meus olhos já não sorriem
não prosseguem a travessia, não sou
sou folha de outono, à beira da paixão
Roo a fatalidade do destino
tenho a alma dilacerada em cor
cada traço uma ausência
cada dor um desejo abatido
Perdida no corredor das lembranças
me rendo às tintas
e as mãos que sabiam meu ser
hoje não sabem onde pousar
Um tremor sem calor atravessa
o poema sem rima que escorre de mim
A noite me toma
me entrego
revivo nas rendas do meu vestido cor mel.
Miriam Li/Braga
Acrílica, esmalte/eucatex
(90 x 60)
https://www.instagram.com/olharesdaminhaalma/
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Exílio do olhar
Engenha-me
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Espelho, espelho meu...
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Espelho, espelho meu...
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Páginas de silêncio
Homenagem póstuma; Poema para o Poeta português, Fernando Oliveira -
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São três horas
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Poema para Van Gogh
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Olhos sobre tela
A te procurar
Ainda ontem, era amor
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Sob o mesmo sol de um arco-íris
Não quero viver, amanhã
Sabes que não quero viver, amanhã
sem o teu olhar no meu, a cada manhã
Se ontem vivi e teus olhos me dizem
o quanto te importo, hoje
Amanhã não quero viver.
Noites sem luar, sóis sem calor
Meu olhar se afasta para longe
tão perto ontem, hoje não quero viver, amanhã
Quando o amanhã raiar
em fuga ficarei no hoje, eternamente
entre os olhares da minha alma e
os amores que aqui eu deixar, hoje.
Não quero viver, amanhã.
Miriam Li/Braga
Grafite em pó/duratex (100 x 65)
https://www.instagram.com/olharesdaminhaalma/
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Além da meia noite
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Depois de ti
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Despedida
Despedida
Sofro vontades perecíveis
sensíveis, falecem
são tulipas na ventania
Manso silêncio lunar, fiel
vela a finda cerimônia
Branda noite, despida de esperas
sou despedida
Resto do Post
/div>Despedida

Despedida
Sofro vontades perecíveis
sensíveis, falecem
são tulipas na ventania
Manso silêncio lunar, fiel
vela a finda cerimônia
Branda noite, despida de esperas
sou despedida
voltar não prometi.
Miriam Li/Braga
acrílica /mdf (75 x 60)
https://www.instagram.com/olharesdaminhaalma/
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Infinito fim...


A solidão do indigente olhar que espera, sou
folha de outono deitada à beira da ilusão
não mais que a ferida indulgente do sussurro traído
sou a dor da lágrima calma, trêmula
acalma a febre da finda noite, transborda
mudos risos, restos de mim, sou
o teu silêncio sofrido, o meu, partido
fragrância querida, ainda viva, em impune ausência
jaz tenro abraço, desconhecido beijo sinto
infinito fim...
MiriamLi
Às vistas grossas da morte
Transitando silêncios, sem passos, penso
Desapareço
negro sol golpeia a poesia, pálido
finjo não ler o último recado da nova lua
exijo perfumes, ajoelho... arremesso a tiara
insuficiente vontade irriga o meu olhar
Estremeço

No ano 2000 fiz a mais espetacular, desejada e feliz escolha da minha vida:
- a de nunca mais sair de dentro do mundo que criei para mim...
até que a morte me separe dos “Olhares da minha alma” e dos amores que aqui eu deixar.
Por livres e espontâneos desejos próprios, vivo sem sair à rua, salvo em ocasiões imperativas:
- porque adormeço e desperto numa cama de frente para o mar... mar que pintei na parede do meu quarto;
- porque adormeço numa rede que baila a cada pôr do sol e nas madrugadas vadias desperto iluminada pelo luar;
- porque no mundo que criei para mim... nas minhas paredes... os dias são ensolarados e as noites enluaradas;
- porque não estou brincando de viver e me permito vivenciar intensamente as minhas escolhas;
- porque cada pessoa é única, tem direito ao seu silêncio e tem desejos próprios;
- porque quando a noite vem e o meu olhar se alonga para além das janelas escancaradas do meu mundo, sinto
intensa dor, muda, sem corpo, só comparada à que sinto ao ver a cidade linda, ricamente enfeitada para as festas
de fim de ano e meus olhos não me obedecem, teimam e, antes que o meu olhar alcance o brilho dos fogos de artifício no céu e o colorido no alto dos prédios, dão rasantes pelas sarjetas, pela miséria das calçadas...
- porque
Cansei de morrer, tantas vezes morri...
antes do abraço, a um passo do encontro marcado, morri.
atravessei luas, cruzei sóis sem chegar a lugar algum, cansei.
cansei... de morrer, cansei!
Reles destino, omisso, deitou-me em mar de areia.
Anunciada solidão... estrelas marinhas, no olhar, bordei
vestindo silêncios, revestida de sonhos, secreta, voei.
ninguém me ouviu cantar... na sombra de um verso amanhecido, resplandeci
à beira de um beijo morto, sonâmbula, amanheci poesia.
Um sorriso latente a madrugada incendeia...
Morremos nós, eternamente.
-porque sou a outra... a bendita gêmea, maldita.
-porque... MiriamLi

Não te vás!
Saia escarlate ao chão... jaz a luz à cabeceira
amantes vontades rasgando véus
silhuetas famintas, inflamadas carnes ao léu
mãos que não se calam... o vinho é servido.
Pairam perfumes inundando o leito, gota a gota
regando feiticeiras bocas... rubra conspiração
desobrigadas taças... sorvido molho
Resgatada pele, rotas pernas abraçando a paixão
inútil fuga... empossados céus.
demasiado tarde... é morta a solidão.
Fica assim... no meu ultimo olhar, a miragem
diluindo silêncios, estremecendo a rede.
Assim ficas tu! Esculpido em secreto poema
a dançar dentro de mim
Não te vás!
MiriamLi/Braga

Parceria com o Poeta Fernando Oliveira - Pictural - Poesia - Pictural